
Biologia e Geologia

«Da Natureza, tire apenas fotos e deixe apenas pegadas»
Ocupação Antrópica e Problemas de Ordenamento
Ocupação, pelo Homem, de zonas terrestres - como, por exemplo, zonas fluviais, costeiras e de vertente - e a sua exploração, consoante as necessidades humanas.
O elevado crescimento da população humana aumenta a ocupação antrópica, que se traduz numa pressão antrópica excessiva sob os subsistemas terrestres - litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera -, contribuindo para o seu desequilíbrio.
A ocupação antrópica conduz a grandes alterações paisagísticas e promove a exploração acelerada dos recursos naturais.A crescente ocupação de zonas superficiais por infraestruturas humanas, que cria grandes áreas impermeáveis, dificultando a interação entre os subsistemas terrestres, e o aumento da exploração agrícola, que conduz a problemas de desflorestação e de exaustão dos solos, são alguns exemplos dos inúmeros problemas associados à ação antrópica.
Cresce, assim, a necessidade de regular a ocupação antrópica, tornando-a sustentável e minimizando a deterioração ambiental.
Bacias hidrográficas
A bacia hidrográfica é usualmente definida como a área na qual ocorre a
captação de água (drenagem) para um rio principal e seus afluentes devido
às suas características geográficas e topográficas.
A formação da bacia é feita através dos desníveis dos terrenos que orientam
os cursos da água, sempre das áreas mais altas para as mais baixas.
A água da chuva que atinge a superfície terrestre fá-lo em parte diretamente
sobre a hidrosfera (mares, lagos, rios e glaciares) e em parte sobre o solo
das terras emersas. Se nos limitarmos à água que cai nos solos, convém ter
como referência uma unidade territorial concreta, durante um determinado
período de tempo. As unidades territoriais que se utilizam são as bacias
hidrográficas, também designadas bacias de vertente e bacias de drenagem.
Uma bacia hidrográfica é definida em função de um curso de água e
constitui a área em que as águas precipitadas são conduzidas para uma
rede hidrográfica, ou seja, é a área total drenada por um rio e seus
afluentes.
Essa área é limitada por um divisor de águas que a separa das bacias adjacentes e que pode ser determinado nas cartas topográficas. As águas superficiais, originárias de qualquer ponto da área delimitada pelo divisor, saem da bacia passando pela seção definida e a água que precipita fora da área da bacia não contribui para o escoamento na seção considerada. Assim, o conceito de bacia hidrográfica pode ser entendido através de dois aspectos: rede hidrográfica e relevo. Em qualquer mapa geográfico as terras podem ser subdivididas nas bacias hidrográficas dos vários rios.
Meteorização, Erosão e Trasporte
A meteorização é o processo geral pelo qual as rochas são quebradas à superfície da Terra. É por este processo que são produzidas todas as argilas do Mundo, todos os solos e as substâncias dissolvidas que são levadas pelos rios para o oceano. As águas em movimento podem provocar um desgaste físico das rochas do leito, tanto vertical, aprofundando o canal fluvial, como lateralmente, alargante esse canal. Essa ação de desgaste deve-se, principalmente ao efeito de arrastamento dos minerais sólidos transportados. Todos os materias soltos são removidos devido à pressão exercida pela água em movimento, sendo principalmeente importante em época de cheias, em que é maior a velocidade das águas. Este processo de remoção designa-se de erosão.
Assim os materias podem ser levados a grandes distâncias. O transporte destes detritos pelas águas pode fazer-se por suspensão - se os materiais forem muito finos - ou por arrastamento/saltação/rolamento - para materiais mais pesados e grosseiros.
A sedimentação consiste na deposição desses materiais, quer ao longo do leito, quernas suas margens, quer na foz. A deposição dos materiais é importante quando ocorrem cheias, formando depósitos no leito de cheia chamados aluviões.
Barragens
As barragens foram, desde o início da civilização, fundamentais ao desenvolvimento da espécie humana. A sua construção visava sobretudo a combater a escassez de água no período seco de forma mais ou menos empírica. Em nível mundial, algumas das barragens mais antigas de que há conhecimento situavam-se, por exemplo, no Egipto, Médio Oriente e Índia. Na Índia, apareceram barragens de aterro de perfil homogéneo comdescarregadores de cheias para evitar acidentes provocados pelo galgamento das barragens. Com a Revolução Industrial, houve a necessidade de se construir um crescente número de barragens, o que permitiu o progressivo aperfeiçoamento das técnicas de projecto e construção. Apareceram, então, as primeiras barragens de aterro modernas, assim como as barragens de betão e de arco.
As barragens são feitas de forma a acumularem o máximo de água possível, tanto através da chuva como também pela captação da água caudal do rio existente. Faz-se a barragem unindo as duas margens aprisionando a água na albufeira . As barragens são muito importantes para o mundo moderno, pois são elas que permitem que haja água potável canalizada nas grande metrópoles mundiais. Contudo, toda a zona onde a barragem e a sua albufeira se encontram e também a área circundante, nomeadamente a jusante, por onde o rio passava, é afectada. É por esse facto que antes de se construir uma barragem é necessário fazer estudos de impacto ambiental. Dessa forma, a barragem deixa passar um caudal ecológico que tem como função preservar os ecossistemas já existentes no rio e respectivas margens.
Zonas costeiras - ocupação da faixa litoral
Cerca de dois terços da superficie da Terra são ocupados pelo mar. A energia mecânica das ondas, das correntes e das marés é um importante fator modelador, sobretudo das faixas costeiras continentais.
Formas de Erosão
Resultam do desgaste provocado pelo impacto dos movimentos das águas do mar sobre a costa, a que se dá o nome de abrasão marinha. Os efeitos da abrasão são especialmente notórios em costas altas e escarpadas, as arribas. A abrasão marinha faz-se sentir sobretudo na base da escarpa em contacto com o mar, onde o material rochoso é retirado mais intensamente. À medida que a base da arriba vai sendo erodida, o peso das camadas superiores provocam o seu abatimento originando uma acumulação de detritos nas zonas mais baixas, a plataforma de abrasão. Outras consequências da abrasão marinha são ascavernas, leixões e os arcos litorais. A natureza do material rochoso, o seu grau de dureza e compactação, a orientação e a posição dos estratos condicionam a velocidade da abrasão da arriba.
Formas de deposição
Restinga: Uma restinga pode ser definida como sendo uma planície costeira arenosa e salina. As restingas formaram-se há milhares de anos devido ao recuo do mar e podem desenvolver-se paralelamente ao litoral, formando lagunas ou podem formar-se nos estuários dos rios, dando origem a rias ou assoreamentos. São constituídas por rochas costeiras, por material trazido dos continentes através dos rios, ou por materiais existentes no fundo oceânico. As restingas são um ecossistema costeiro que possuem fauna e flora.
Baía: Baía é uma porção de mar ou oceano rodeada por terra, em oposição a um cabo.
Tombolo: O tômbolo é um "acidente" geográfico existente na linha de costa, constituído por uma ilha ligada ao continente por um istmo, que resultou da acumulação de sedimentos arenosos transportados pelas correntes marítimas. Entre a ilha e a orla continental as ondas do mar perdem força e as correntes marítimas diminuem, acumulando-se, progressivamente, grandes quantidades de areia, cascalho e pedras que, acabando por emergir, formam um istmo que faz a ligação ao território continental. A este istmo arenoso que liga a ilha ao continente dá-se o nome de tômbolo.
Ilha-barreira: Uma ilha barreira é uma ilha formada por uma faixa arenosa, estreita e comprida, geralmente paralela à linha de costa. Geralmente ocorrem em cadeias, de algumas poucas a até mais de uma dúzia. Desconsiderando-se as pequenas embocaduras que separam as ilhas, uma cadeia de ilhas barreiras pode se estender por mais de cem quilômetros.
Laguna: Uma laguna é uma extensão de água salgada ou salobra que comunica com o mar, podendo parecer um lago. Surge, por norma, junto à foz dos rios através da formação de barreiras de sedimentos pela ação do vento e das ondas, isolando a água. Estas são pouco profundas, desenvolvem-se paralelamente ao litoral e sofrem influência das marés, visto que têm numerosos canais que comunicam com o mar. Têm, assim, uma salinidade variável, um volume de água instável e uma temperatura inconstante. No litoral português, é possível localizar as seguintes lagunas costeiras: Barrinha de Esmoriz, Ria de Aveiro, Concha de S. Martinho do Porto, Lagoa de Óbidos, Lagoa de Albufeira, Lagoa de Melides, Lagoa de Santo André, Ria de Alvor e Ria Formosa.
Obras de intervenção na faixa litoral
A situação na faixa de litoral tem levado a intervenções que muitas vezes, em vez de solucionarem os problemas provocados pelo avanço do mar, apenas os tem agravado ou deslocado para outros locais.
É então que têm sido construídas ao longo da costa obras de protecção. Evidenciam-se a construção de esporões (transversais à linha de costa), de paredões (paralelos aderentes à linha de costa) e dos quebra-mares.
As zonas de vertente sendo locais de instabilidade geomorfológica, implicam que os materiais geológicos situados nas zonas superiores tendam a ser mobilizados para as zonas inferiores, com consequências por vezes graves, em termos de perda de vidas ou de danos no edificado.
Devido ao acentuado declive que muitas destas zonas apresentam, são locais onde a erosão é muito acentuada. O movimento nessas zonas pode ocotrrer sob a forma de movimentos de materiais soltos ou sob a forma de movimentos em massa - consistem em deslocamentos, em zonas de vertente, de grandes volumes de materiais, solo ou de subtrato tochos, devido á ação da gravidade. Os principais factores que podem estar na ocorrência de movimentos em massa são: gravidade, inclinação da vertente, teor de água no solo, tipo de materiais geológicos e variações de temperatura.
Quando são realizadas obras humanas em locais com elevada instabilidade geomorfológica, é necessário adoptar medidas, algumas de elevada complexidade técnica, no sentido de reduzir ou mesmo eliminar o risco geológico associado a essa zona. Algumas medidas de contenção e estabilização de certos taludes passam pela colocação de redes ou muros de suporte com sistemas de drenagem e outras soluções geotécnicas.

Fig 1: Bacia hidrográfica do Rio Douro na Península Ibérica.




Fig 4: Barragem da Venda Nova situa-se no distrito de Vila Real, no concelho de Montalegre.
Fig 5: Barragem de Betão
Fig 3: Meteorização, erosão, transporte e deposição.

A rede hidrográfica, também designada por sistema hidrográfico ou de drenagem, é formada pelo rio e por todos os cursos de água de uma determinada região que nele debitam as suas águas, os chamados afluentes. As redes hidrográficas mais comuns são as dendríticas, que são constituídas por um conjunto de ramos formados pelo conjunto de linhas de água afluentes e o rio principal. Constituem-se em terrenos com alguma homogeneidade, sobretudo na resistência à erosão.
Fig 2: Rede hidrográfica.

Fig 6: Restinga da Marambaia - Rio de Janeiro - Brasil.
Vídeo 1: Movimentos em massa.

Fig 7: Baía de São Martinho do Porto.


Fig 8: Tômbolo.
Fig 9: Ilhas-Barreira.
Fig 10: Riscos geológicos e prevenção.