
Biologia e Geologia

«Da Natureza, tire apenas fotos e deixe apenas pegadas»
sistemática dos seres vivos
Das bactérias às leveduras, aos fetos, às flores, às aves até ao próprio Homem, todas as formas de vida exibem a sua diversidade.
Perante tão elevado número de seres vivos, os biólogos sentiram a necessidade de os classificar, agrupando-os de acordo a determinadas caracteristicas.
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Assim, da classificação dos seres vivos surge a sistemática sendo esta a área da biologia que se preocupa em organizar, compreender e classificar os seres vivos, ou seja, a sistemática é a ciência dedicada a inventar e descrever a biodiversidade e a compreender as relações filogenéticas entre os organismos.
Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons (o táxon é o objeto de estudo da taxonomia e pode indicar uma unidade em qualquer nível de um sistema de classificação: um reino, género e uma espécie são taxa assim como qualquer outra unidade de um sistema de classificação dos seres vivos) a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
Taxonomia
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática.
O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles (ver biografia) no século IV a.C., que ordenou os animais consoante o seu modo de reprodução e o seu tipo de sangue: vermelho ou não vermelho. O seu discípulo Teofrasto (ver biografia) classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo.
Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em características anatómicas superficiais. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia atual.
Com o vídeo que retirei do youtube sobre a taxonomia, posso entender de uma forma geral a necessidade de agrupar os seres vivos em vários grupos de forma a obter relações entre os mesmos. Assim, o autor do vídeo dá o exemplo das bibliotecas que contêm milhares de livros, sendo que quando queremos encontrar um determinado livro é necessário procurá-lo consuante alguma ordem, ou seja, as bibliotecas estão organizadas de forma a que quando alguém procura algum livro o possa encontrar o mais rápido possivel.
A necessidade de criar grupos para defenir os seres vivos já vem de à muito tempo, pois, antigamente, o Homem primitivo destinguia animais venenosos e comestivéis de animais não venonosos e não comestíveis, assim o ser humano iniciou as primeiras classificações dos seres vivos,
embora sendo estas muito simples eram de uso imediato e assim foi estas

classificações foram designadas por classificaçãoes práticas.
Assim como mostra a figura ao lado é possível ver os vários sistemas de classificação:
Classificação prática: agrupamento dos seres vivos segundo critérios relacionados com o interesse que os seres vivos têm para o Homem.
Classificação racional: classificação biológica baseada em caracteres apresentados pelos seres vivos.
Classificação horizontal: classificação biológica que não tem em consideração o fator tempo, previligiando os caracteres estruturais, sem procurar refletir as relações filogenéticas.
Classificação vertical: classificação que tem em consiideração a evolução ao longo do tempo.
Classificação artificial: classificação biológica baseada num número muito restrito de caracteres escolhidos arbitrariamente. Formam um pequeno número de grupos, geralmente muito heterogéneos.
Classificação natural: classificação biológica em que a formação dos grupos se baseia no maior número possível de caracteres, agrupando assim os organismos mais relacionados entre si. São carateristicas do periodo pós-leneano e pré-darwiniano.
Classificação filogenética: classificação biológica que se baseia nas relações filogenéticas entre os organismos, procurando agrupá-los de acordo com o grau de prentesco entre eles.
Hierárquia das categorias taxonómicas
Sistema hierárquico de classificação:
Na atualidade, as classificações dos seres vivos apresentam a influência dos trabalhos de Lineu (ver biografia).
A sistemática usa como base a hierarquia de Lineu, podendo esta vir a ser alterada futuramente, visto que o ser humano ainda desconhece muitos seres que existem no nosso planeta, nomeadamente, nas profundezas dos oceanos. Além disso, como a sistemática estuda o modo como os seres vivos se relacionam evolutivamente então nunca poderá estacar numa só classificação, esta irá sofrer, ao longo do tempo, constantes alterações.
A Taxonomia é a ciência que se ocupa da classificação dos seres vivos, utilizando um sistema uniforme que expressa, da forma mais fiel, o grau de semelhança entre eles.
Assim, Carl Lineu ficou conhecido como o “pai da Taxonomia”.
Considerou a espécie como a unidade básica de classificação. Segundo ele, as espécies semelhantes agrupam-se em géneros, os géneros em famílias, as famílias em ordens, e as ordens em classes.
Grupos taxonómicos - Além das sete categorias principais de taxa usadas em classificaçção - espécie, género, famiília, ordem, classe, filo, reino -, os taxonomistas têm, por vezes necessidade de considerar categorias intermédias. Para as destinguir usam prefixos como super, sub e infra.
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Reino
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Filo (animais) / Divisão (plantas)
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Subfilo / Subdivisão
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Superclasse
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Classe
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Subclasse
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Superordem
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Ordem
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Subordem
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Superfamília
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Família
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Subfamília
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Género
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Subgénero
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Espécie
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Subespécie
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Quando considerarmos, por exemplo, dois seres vivos, eles são tanto mais próximos quanto maior for o número de taxa comuns a que pertencem, isto é, quanto mais restrito for o nível do taxon em que ambos estão incluídos.
Espécie representa um grupo natural constituído pelo conjunto de indivíduos com o mesmo fundo genético, morfologicamente semelhantes, que podem cruzar-se entre si originando descendentes férteis.
Nomenclatura
Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados.
No século XVII, o botânico inglês John Ray desenvolveu um sistema de nomenclatura, mediante o qual cada espécie tinha um nome em latim que consistia numa longa sequência de termos correspondentes à descrição desse organismo.
Regras da nomeclatura
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Todos os nomes científicos devem ser escritos com destaque e em latim. A escrita em latim evita variações, já que se trata de uma “língua morta”, ou seja, que não é mais utilizada e não corre o risco de sofrer mudanças em sua escrita. O destaque pode ser sublinhado, negrito ou itálico.
Exemplo: Homo sapiens (ser humano); Canis familiaris (cão); entre outros.
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A nomenclatura científica deve ser binominal, o que significa que todo ser vivo deve ter o nome científico composto por ao menos duas palavras, sendo a primeira para identificar o género e a segunda para denominar a espécie.
Exemplo: Felis catus (gato).
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A nomenclatura do género é um substantivo e deve ser escrito sempre com a letra inicial maiúscula, já o nome da espécie é um adjetivo e assim deve possuir a letra inicial minúscula.
Exemplo: Auracaria angustfolia (pinheiro-do-paraná).
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No caso de trabalhos científicos, após o nome do ser vivo se deve colocar o nome do autor que o descreveu. Outras indicações, como o ano no qual o animal foi descrito, podem ser escritas na sequência, depois de anotar-se a vírgula.
Exemplo: Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann, 1905 (bactéria causadora da sífilis).
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Se houver subespécie, deve escrever o nome que a designa depois do nome da espécie, com a inicial do nome em letra minúscula.
Exemplo: Rhea americana alba (ema branca).
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Se houver subgénero, deve escrever o nome que o designa após o nome do género, com letra inicial maiúscula e entre parênteses.
Exemplo: Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi (mosquito-prego, transmissor da malária).
Os reinos da vida
A classificação dos seres vivos em 5 reinos foi proposta, em 1969, pelo biólogo e botânico norte-americano Robert Whittaker (ver biografia). Ele tem como base as caraterísticas fisiológicas destes seres. Como existem milhões de espécies de seres vivos, em nosso planeta, este sistema de classificação é extremamente útil. Ele facilita a identificação dos seres, as relações existentes entre as espécies de cada reino, além de ajudar no estudo e entendimento da evolução.
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Desde Aristóteles e seu discípulo Teofrato, até meados do
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século XIX os seres vivos foram classificados em dois reinos:
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o Animal e o Plantae.
O Reino Plantae incluía todos os seres vivos fotossintéticos, sem
locomoção, sem ingestão, bactérias e fungos.
O Reino Animal incluída todos os seres vivos que não faziam a
fotossíntese, com locomoção, com ingestão, incluindo seres
unicelulares (protozoários) e seres multicelulares (metazoários).
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Com o avanço da ciência e a descoberta do microscópio, o
biólogo alemão Ernst Haeckel (ver biografia), em 1866 propõe o
Reino Protista, passaram a ser 3 reinos. O Reino protista incluída
todos os seres simples: bactérias, protozoários e fungos.
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Herbert Copeland - nasceu em 1902 e morreu 1968 (ver
biografia) - introduziu o quarto reino, o Monera, considerando
um novo critério: seres procariontes e eucariontes. Monera -
procariontes, e os restantes eucariontes.
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Embora com o aparecimento destas novas classificações em 3 e 4 reinos, os biólogos continuaram-se a basear no modelo de Aristóteles e Lineu, só em 1969 com o biólogo H. Wittaker apareceu uma nova classificação com 5 reinos em que os fungos passam a constituir um reino à parte, o Reino Fungi. Esta classificação só foi possível com as novas técnicas bioquímicas e microscopia eletrónica.
Critérios na classificação dos seres vivos:
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Morfologia – fatores como a presença de órgãos análogos e fases de desenvolvimento com características muito diferentes;
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Estratégianutritiva – organismos heterotróficos ou autotróficos;
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Simetriacorporal – ausência ou presença de planos de simetria corporal;
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Bioquímica – análise comparativa da composição química dos organismos (ex.: ácidos nucleicos e proteínas)
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Cariologia – número e estrutura dos cromossomas;
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Citologia – organização estrutural das células constituintes dos organismos (unicelular/multicelular; eucarióticas/procarióticas);
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Embriologia – semelhanças durante o desenvolvimento embrionário;
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Estratégia reprodutiva – assexuada ou sexuada.
Sistema de classificação de Whittaker
Sistema de classificação, apresentado em 1979 por Whittaker (ver biografia), constituindo uma versão atualizada do sistema de classificação sugerido dez anos antes pelo mesmo investigador. Segundo o próprio, o sistema inicial, em que os seres vivos já eram agrupados em cinco reinos diferentes, Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia, apresentava algumas limitações. O sistema de classificação de Whittaker modificado tem por base três critérios fundamentais:
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Níveis de organização celular - considera essencialmente o tipo de estrutura celular procariótica ou eucariótica e se há unicelularidade ou multicelularidade.
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Tipos de nutrição - tem como base o processo de obtenção de alimento.
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Interações nos ecossistemas - os tipos de nutrição relacionam-se com as interações alimentares que os organismos estabelecem nos ecossistemas.
Vídeo 8: Classificando os seres vivos - Biologia - Ens. Médio - Telecurso
Para perceber melhor a classificação dos seres vivos veja o vídeo abaixo
Vídeo 7: Taxonomia - Sistemática - Classificação dos Seres Vivos - Carlos Lineu.
Fig 24: Sistemas de classificação


Fig 25: Árvore da vida. Sistema de classificação de Whittaker modificado.
Fig 26: Os três critérios básicos de classificação de Whittaker (1979).